O dia de hoje foi dedicado à zona da bonita Lagoa das Furnas, no município da Povoação.
Sendo um dos pontos de referência da Ilha de São Miguel e um dos mais conhecidos do arquipélago dos Açores, não podia deixar de visitar esta região e nela passar um dia inesquecível.
Cheguei cedo ao Vale das Furnas e na localidade a chuva caía copiosamente, pondo em causa a realização do PRC6SMI – Lagoa das Furnas que tinha previsto para esta manhã.
Na expectativa que o dilúvio terminasse, entrei no café da Rua da Água Quente para aquecer um pouco, ou pelo menos, deixar de me molhar…
Em conversa com a proprietária, pedi sugestões para provar um bom Cozido das Furnas. Apelando à sua experiência, segui o concelho dado e de imediato reservei mesa no “Tonys”. Apesar de ainda não serem 10h da manhã, reservar cedo garante uma travessa do famoso cozido na mesa. Esse era um dos meus objectivos para este dia.
Entretanto lá fora a chuva acalmou e decidi seguir as marcações do percurso assinalado, sabendo que a sua conclusão poderia ficar comprometida a qualquer momento, caso as condições climatéricas piorassem.
Com inicio nas Três Bicas, onde analisei o painel informativo com o mapa do trilho, atravessei a localidade passando perto da Poça da Dona Beija e do Parque Terra Nostra que visitaria da parte da tarde.
Continuei por uma estrada alcatroada de acesso à lagoa. Por todo o lado, o verde é uma constante. Um frondoso tom que nos envolve e dá o mote a este início de percurso.
Várias ribeiras percorrem os socalcos a um ritmo constante. O som dos seus caudais acompanha-me na subida em asfalto. Mais à frente, os montes verdes acolhem o gado que neles pasta e descansa. É uma paisagem comum por toda a ilha.
Após cerca de 2,5 kms tenho a primeira imagem da lagoa. Um espelho de água impressionante, cercado por “paredes” altas de vegetação abundante.
Nas suas margens encontro as fumarolas e as caldeiras de águas ferventes onde os tradicionais cozidos são feitos. Pude aliás observar alguns, que ali estariam a “apurar” até à hora de almoço.
Aqui perto encontro a subida para o Pico do Ferro (trilho denominado “PR22SMI – Pico do Ferro – Caldeiras da Lagoa das Furnas – São Miguel”) de onde se pode ter uma outra perspectiva da lagoa. Infelizmente o tempo estava limitado e se queria chegar a horas decentes para degustar o típico Cozido das Furnas, não podia subir (cerca de 2kms) até ao miradouro. Continuei em frente.
O percurso desenvolve-se agora acompanhando e contornando a margem da lagoa. Por um caminho de terra batida largo e bem definido encontro várias esculturas em madeira, esculpidas num evento denominado “Furnas WoodCarving” que dá nova vida a árvores consideradas “mortas”.
Enquadrado na margem sul da lagoa, num edifício arquitectonicamente interessante, está o CMIF – Centro de Monitorização e Investigação das Furnas. Moderno e em linhas direitas promove e cativa o visitante para melhor conhecer a fauna e flora nativas.
Mais adiante, a espantosa Ermida da Nossa Senhora das Vitórias, uma construção em estilo neo-gótico do séc. XIX, repousa junto às águas. É uma obra mandada erguer pelo ilustre micaelense José do Canto como consequência de um voto aquando da grave doença de sua esposa. É nela que hoje os dois se encontram sepultados.
Chegando novamente à estrada regional em asfalto, virei à esquerda e a pouco mais de 1 km adiante à direita seguindo em direcção à povoação. Do alto do miradouro observo o casario lá em baixo.
Inicio agora a descida final reentrando novamente na Rua da Água Quente e na Rua da Igreja que me levaram ao final do percurso.
Eram já quase 14h e o Cozido das Furnas esperava por mim. As expectativas foram largamente superadas pois a iguaria estava deliciosa e merece toda a fama que lhe atribuem. As carnes tenras desfaziam-se na boca e as couves suculentas combinavam na perfeição.
Pela tarde, a digestão seria feita com uma caminhada no Parque Terra Nostra. |
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