PR7 VCT – Trilho do Forte de Paçô – Trilhos de Carreço (Viana do Castelo)
O “PR7 VCT – Trilho do Forte de Paçô” é um dos vários percursos pedestres assinalados no concelho de Viana do Castelo. Com cerca de 4 kms de extensão é classificado de pequena rota (PR) e desenvolve-se mais propriamente no lugar de Montedor, freguesia de Carreço.
Chegando às praias de Carreço, desloco-me para norte na estrada empedrada que acompanha o areal. Este é cada vez mais escasso numa extensão de costa onde o mar vai ganhando terreno. Chego ao fim da estrada, local de acesso à Praia de Fornelos e onde tem início a rota assinalada. O painel informativo dos Trilhos de Carreço está logo ali, junto às Pias Salineiras de Fornelos. Escavadas no afloramento granítico, era daqui que se extraía o sal na Idade do Ferro. O pequeno rebordo na rocha tinha por função reter a água do mar, permitindo assim uma rápida evaporação.
Começo a caminhada para norte, num trilho de terra arenosa entre rochas e alguma vegetação autóctone. Na secção inicial deste percurso assinalado, o trilho é comum também ao “PR6 VCT – Percurso Pedestre dos Moinhos de Vento de Montedor”, mas este último irei percorrer e descrever aqui num outro dia.
Algumas aves repousam nas rochas graníticas que, junto à rebentação, as protegem do mar agitado. A poucas dezenas de metros do início do percurso encontro um dos núcleos de Gravuras Rupestres de Fornelos, que representam cervídeos e equídeos, datando possivelmente da Idade do Bronze.
Inicio a subida por um trilho de grandes lajes, aproveitando a sombra do pinhal que o cerca, até à povoação de Montedor. Num caminho de pedra ladeado por muros altos, chego às Gravuras Rupestres da Fraga da Bica. Não fosse a placa identificativa do local e estas passariam despercebidas numa lage posicionada na face posterior de um pequeno quintal.
Continuo sempre em sentido ascendente, primeiro pela Travessa da Bica e depois pela Rua do Bom Sucesso, até ao Farol de Montedor, o mais setentrional da costa continental portuguesa. Nesta rua, a antiga Capela da Nossa Senhora Senhora do Bom Sucesso, fundada em 1692, encontra-se hoje num avançado estado de degradação.
Chego ao farol, o ponto de maior altitude deste percurso. Construído sob vestígios de um povoado castrejo da Idade do Ferro, entrou em funcionamento no ano de 1910, guiando desde então os homens do mar por bons rumos.
Logo à esquerda encontro o Moinho do Petisco, ainda em actividade. Sendo propriedade privada, é possível vê-lo ainda moer durante alguns dias por ano, com as suas velas ao vento. A paisagem que se vislumbra do seu pátio sobre o Atlântico é simplesmente incrível. Sigo ainda em caminhos comuns aos dois percursos pedestres assinalados, descendo a povoação até uma bifurcação, já quase fora do casario, onde os dois trilhos se separam. Continuo em frente, seguindo as marcas pelo pinhal, em direcção ao Forte de Paçô.
Passando o pinhal, observo lá em baixo a Praia de Paçô e os campos férteis de milho. Surge no horizonte, pela primeira vez, o Forte de Paçô que dá nome ao trilho. É um pequeno forte marítimo do Séc. XVIII e hoje classificado como Imóvel de Interesse Público, que localizado em pleno areal tinha por função a defesa e vigilância da margem esquerda do Rio Minho e da orla costeira.
É um pequeno forte marítimo do Séc. XVIII e hoje classificado como Imóvel de Interesse Público.
Desço o monte num trilho ladeado por vegetação autóctone até à beira mar. Aqui sigo pela direita para visitar o forte, regressando posteriormente ao mesmo ponto para seguir agora num caminho de terra batida, com urzes floridas numa manta de amarelos e rosas, até ao ponto inicial do percurso.
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