PR1 RMR – Marinhas de Sal (Rio Maior)
De Alcanede às Salinas da Fonte da Bica, em Rio Maior, são cerca de 19kms e depois do pequeno-almoço tomado no Café Central da vila, fiz-me à estrada numa manhã abundante de chuva e frio.
Chego ao vale tifónico da Fonte da Bica, em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), debaixo de um enorme aguaceiro. Aguardei um pouco no carro, ponderando a realização desta caminhada mas sendo um percurso curto e de baixo grau de dificuldade, decidi avançar.
Começo por percorrer as Marinhas de Sal e encontro diversos pequenos negócios como cafés, restaurantes e lojas de artesanato a funcionar nos antigos armazéns onde os proprietários guardavam o seu sal. Numa construção peculiar, em tábuas e troncos de madeira, estas pequenas “casinhas” típicas tornam ainda mais especial este lugar.
As salinas de Rio Maior, situadas numa localização pouco habitual, ou seja, longe da orla costeira, são formadas por uma extensa mina de sal-gema, atravessada por uma corrente subterrânea que alimenta um poço, originando assim a possibilidade de extracção de água salgada. Neste poço, a concentração de sal é sete vezes superior à existente no mar e é da evaporação da sua água já nos talhos que se extrai o famoso sal de Rio Maior.
Classificado como Imóvel de Interesse Público, este património natural, a sul da Serra dos Candeeiros, é um destino turístico do PNSAC, que recebe turistas durante todo o ano.
Cada talho difere do próximo nas suas medidas e formas, lembrando uma manta de retalhos que, devido à elevada concentração de sal na água assume uma tonalidade avermelhada.
Contorno as salinas caminhando num caminho em terra batida entre estas e o monte mais a sul. Junto a alguns talhos encontro ainda pirâmides de sal a secar ou assim deveriam estar, não fosse este dilúvio que assolava a região.
Atravesso um pinhal e por trilhos que ladeiam campos de cultivo, eucaliptais, pomares e vinha, subo o monte até atingir o ponto de maior altitude do percurso. A lama que abundava no trilho atrasava um pouco a progressão mas a caminhar ou a patinar, ia percorrendo o caminho sempre bem assinalado.
Desço agora em direcção à povoação de Fonte da Bica. Percorro a Rua Cidade de Rio Maior e no cruzamento sigo em frente para a Rua da Fonte da Bica. A fonte, essa que dá nome à povoação, foi outrora um importante local de convívio onde os habitantes se reuniam para lavagens e abastecimento de água. Hoje recuperada, é um dos pontos de paragem obrigatória deste percurso.
Depois da Rua da Saudade caminho alguns metros na Estrada das Salinas para virar à esquerda e subir a vertente norte das Marinhas, até ao segundo ponto mais alto do percurso. Daqui tenho uma panorâmica do vale, onde cada talho difere do próximo nas suas medidas e formas, lembrando uma manta de retalhos que, devido à elevada concentração de sal na água assume uma tonalidade avermelhada.
Num caminho estreito junto a uma cerca que limita dois terrenos agrícolas, regresso à Estrada das Salinas e poucos metros adiante termino este percurso circular com cerca de 4 kms.
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