PR1 MGL – Trilhos de Ludares (parcial) (Mangualde)

O PR1 MGL – Trilhos de Ludares é um dos vários percursos assinalados no concelho de Mangualde. Tem na sua extensão cerca de 16kms e começa em Quintela de Azurara.
Foi aqui que às 9h:30m da manhã e depois do café tomado no Café Azurara, iniciei o trilho em direcção à Igreja Matriz de São João Baptista.
Passando pelo cemitério continuei em direcção à povoação de Canelas. Aqui pode-se para um pouco para observar a Janela Manuelina antes de seguir a caminhada.
Em trilho de terra batida, atravessando pinhais e guiado por muros antigos de pedra que delimitavam terras de cultivo, vinhas e pomares, o percurso ia-se desenvolvendo tranquilamente.
Estando muito bem assinalado, era fácil manter-me no trilho correcto.
Depois de descer a serra, encontro a Ribeira de Ludares onde o curso de água alterna entre a calmaria e alguns rápidos com pequenas quedas de água, motivo mais do que suficiente para parar um pouco e tirar algumas fotografias.
Continuando a acompanhar a ribeira, em sentido contrário ao da sua corrente, chego à aldeia já abandonada do Coval. Sendo auto-suficiente em tempos idos, os seus habitantes apenas se deslocavam à cidade uma vez por ano para tratar das suas necessidades. É incrível pensar num quotidiano assim. Senti alguma “inveja” dessa experiência de vida.
Na eira da aldeia, descansam carolos de trigo depois de terem sido secos e debulhados. Prova recente que provavelmente ainda existe alguma vida (mesmo vinda do exterior) entre estas casas em ruínas.
Com casas nas duas margens da ribeira, esta forma uma série de quedas de água sequenciais que oferecem uma beleza e potencialidade incrível àquele local. Não me admirava que num futuro próximo algumas casas fossem recuperadas, bem como toda a sua envolvente, para potenciar o turismo na região.
A ponte que une as duas margens está num avançado estado de degradação pelo que aconselho algum cuidado, ponderação e prudência na sua travessia.
Ao sair do aglomerado de ruínas, ainda tive tempo para observar um antigo forno, talvez comunitário para usufruto de todos os habitantes, e imaginar as delicias que ali deverão ter sido confeccionadas…
Deixando o Coval para trás, encontrei a pior parte do percurso, pelo menos aquela que me deixou mais triste e revoltado. Logo à saída de um local tão místico como o Coval, caminho por uma estrada em asfalto cujas bermas são usadas para depositar o lixo de gente sem a mínima formação e noção da riqueza turística que possui no seu concelho. Encontrei sofás e outros móveis, plásticos de toda a variedade, entulho de obras, etc…tudo é depositado sem escrúpulos e mais importante, sem a consciência do mal que estão a fazer ao ambiente, ao futuro das novas gerações e em particular, ao desenvolvimento do concelho onde residem.
Entro mais adiante para novo trilho de terra batida entre pinhais e os sinais de aproximação de aglomerados habitacionais são cada vez mais evidentes.
Na Quinta do Carril faço um pequeno desvio para observar a Sepultura Antropomórfica. Apesar de escondida entre ervas e urze, o local é de fácil identificação.
Estava já perto do ponto onde iniciei da caminhada. Tinha percorrido mais de 10 kms no total e já não iria fazer a secção nascente do trilho.
A tarde foi passada a visitar Mangualde onde ainda acompanhei o desfile do Carnaval na cidade. No final do dia, visitei a Igreja de Nossa Senhora do Castelo e o seu miradouro, onde as paisagens são de cortar o fôlego.