Picos da Europa – Dia 2 – (Re)conhecimento
A primeira imagem que tive ao acordar irá acompanhar-me para o resto da vida.
Da pequena janela da camarata do albergue, vislumbra-se uma enorme parede rochosa que, de aparência quase intransponível, nos aguarda para o que irá ser uma semana repleta de sensações…
Desci para o pequeno-almoço. As madeiras rústicas que, em tons terra, decoravam a sala de refeições ofereciam-nos um ambiente acolhedor. Um café com leite e duas fatias de pão torrado aconchegaram o estômago durante as primeiras horas da manhã.
Da pequena janela da camarata do albergue, vislumbra-se uma enorme parede rochosa que, de aparência quase intransponível, nos aguarda para o que irá ser uma semana repleta de sensações…
Hoje chegavam os restantes “trekkers” (poderia dizer os restantes amigos mas por esta altura ainda não adivinhava o que a montanha me iria oferecer). Enquanto não chegavam, matámos algumas horas em Potes.
Naquela manhã de feira/mercado local, os “embutidos” (enchidos) e os queijos aromatizavam as ruas estreitas, numa deliciosa combinação de sentidos.
Após o (re)conhecimento da “Villa” seguimos para Fuente Dé. Era aqui que, cerca de 24 horas depois e após a subida do teleférico, iniciaríamos a travessia do maciço central dos Picos da Europa.
Por agora, deitados na fresca relva circundante, restava-nos a imaginação. E dei-lhe uso. Imaginei as paisagens que iria descobrir, as conversas e histórias que trocaria, o esforço que nos levaria ao limite…
Após uns “huevos revueltos con bacon” e umas “cañas” regressámos ao albergue para um pequeno luxo…um fim de tarde passado na piscina! Que bem que soube…
Entretanto, o grupo completava-se e, pouco a pouco, a integração era feita. Ao jantar tiravam-se dúvidas, partilhavam-se expectativas e receios enquanto nos era servido uma bem composta massada com almôndegas. Para acompanhar, um tinto que ficaria na memória de todos: o “Oblisco”. O vinho até podia não ser de uma casta seleccionada, de um bom ano vinícola ou de uma colheita de reserva…mas, naquela noite, naquele espaço e com aquele grupo, estava delicioso.
Caminhámos um pouco depois do jantar sem nos demorarmos muito…no regresso e antes de nos deitarmos teríamos um breve “workshop” sob o tema: “Como arrumar a mochila para um trekking”.
O peso que teríamos de transportar às costas era um dos nossos maiores receios. No meu caso eram cerca de 15 kgs em receios…Após alguma filtragem consegui uma redução de 2 ou 3 kgs…nada mau!
Com tudo preparado, fomos descansar.
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