Percurso Pedestre “Descobrir Rendufe” (Valpaços)
Foi já quase ao pôr do sol que cheguei ao lugar de Rendufe, no concelho de Valpaços.
Neste meu regresso a terras transmontanas, encontrei na Rua Formosa desta pequena povoação, mais propriamente na porta n.º 13, a Quinta Rota d’Oliveira, que me iria acolher durante estes dias.
Foi após check-in e uma deliciosa conversa com a D. Teresa, que junto com o Sr. Osvaldo, o seu marido, são a alma deste “cantinho do céu”, que iniciei a pequena caminhada em Rendufe.
Subo a Rua Formosa, na calçada estreita que me encaminha para o centro da povoação. O “Baixinho”, um cão da Quinta, não se faz rogado e oferece-se para me guiar neste percurso.
A poucas dezenas de metros, umas letras pintadas à mão num amarelo vivo despertam a minha atenção. Numa placa de metal, exposta numa parede gasta pelo tempo, leio “Lagar de Azeite”. Mais tarde vim a saber que o lagar ainda está em actividade e produz um azeite delicioso como pude comprovar.
Um gato no parapeito, sob um espanta-espíritos em cana de bambu, olha para este estranho que caminha numa rua que não é a sua. Curioso não desvia o olhar à minha passagem. Talvez desconfiado com o que o “Baixinho” pudesse fazer mas este continua focado em me guiar pela povoação. Conhece o caminho melhor que ninguém.
Chego à Igreja e no largo mais adiante, com vistas para os olivais, o cruzeiro recebe os últimos raios de sol do dia.
Sempre em trajectória circular, inicio a descida acompanhando a calçada onde antigas casas de pedra intercalam com outras mais recentes em tijolos e cimento, numa mescla de cores e formas. Por detrás dos muros, nos quintais e pequenas hortas familiares, crescem kiwis, meloas, pêras, maças, amoras, figos e mais um sem número de frutos que me é difícil aqui identificar todos. Esta fertilidade da terra, muito própria desta região, é um importante contributo para a subsistência de uma população cada vez mais idosa.
Estes contrastes formam uma interessante “manta de retalhos” nos montes em redor, digna de ser apreciada.
No cemitério viro à esquerda e agora caminho em estrada de asfalto, contemplando à minha direita os campos retalhados com diferentes culturas e em diferentes estágios. Em alguns terrenos o pousio era necessário, noutros era notório que a plantação teria sido recente, enquanto noutros ainda, a maturidade mais avançada dos produtos hortícolas era bem visível. Estes contrastes formam uma interessante “manta de retalhos” nos montes em redor, digna de ser apreciada.
Após uma pequena subida, regresso à Rua Formosa onde termino a caminhada num percurso circular bastante acessível.
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