Observação de Cetáceos (Funchal – Madeira), Percursos Pedestres, Caminhadas, Trilhos, Pedestrianismo, Hiking, Trekking, Portugal

A ilha da Madeira, para além de ser um paraíso para quem procura um contacto próximo com a natureza, percorrendo trilhos e levadas de uma beleza dificilmente igualável, é também um destino com uma enorme diversidade de oferta turística. Podemos escolher a simplicidade de um parque de campismo ou o luxo de um complexo de 5 estrelas, podemos comer um delicioso petisco numa tasca tradicional ou degustar um elaborado menu de degustação num dos vários restaurantes com estrelas Michelin. Podemos, entre outras experiências, conhecer parte da ilha de Yellow Bus, andar de teleférico ou mesmo observar golfinhos e baleias que, ao largo, visitam com frequência estas águas. Foi isso que fizemos esta tarde.

Uma experiência entusiasmante e repleta de emoções. A expectativa de a qualquer instante conseguir observar golfinhos ou baleias mantém os níveis de adrenalina elevados.

Chegámos à Marina do Funchal pouco depois da hora de almoço. Aguardámos pelos restantes participantes enquanto a Maria impaciente saltava e brincava em todos os bancos da pequena sala de espera. Não continha a ansiedade para ver aqueles amigos tão grandes e inteligentes que conhecia apenas das histórias para adormecer e dos programas que via de relance, enquanto o pai fazia “zapping” na televisão.
À hora marcada subimos ao catamarã que nos aguardava no cais.

A um ritmo lento, afastámo-nos do porto e com o anfiteatro do Funchal cada vez mais distante, uma nova perspectiva da ilha surge aos nossos olhos. O casario parece uma manta de retalhos, peças de lego de diferentes formas e cores que, encaixadas umas sobre as outras, preenchem a encosta desde o mar até ao Monte.

A experiência da tripulação é fundamental para o sucesso deste tipo de actividades. Todos sabem que um não avistamento e a consequente frustração de quem tantas expectativas cria, é sempre uma possibilidade que paira na cabeça de todos os participantes. Mas desde o primeiro instante que tudo é feito para que tal não aconteça. Além da dinâmica e constante partilha de informação, a aprendizagem que o mar dá a quem nele faz a vida é algo de valor incalculável nestas situações.

O tempo de espera deu os seus frutos e a ansiedade transformou-se em jubilo quando, do imenso azul do oceano, emergiram os primeiros golfinhos, como que a darem-nos as boas vindas.
Saltavam coordenados como se dançassem para um público que os aguardava numa sala de espectáculos cheia. Uma actuação difícil de descrever, plena de beleza, energia, vida e liberdade.
Sim, “liberdade” é talvez a palavra que melhor descreve este cenário. Um mar imenso para descobrir, nadar sem amarras, escolher o rumo e seguir, sempre seguir.
A Maria arregalava os seus olhos de criança tentando absorver tudo.
– Onde estavam? Para onde iam? Porque saltavam? Posso nadar com eles?

Pouco tempo depois o catamarã afasta-se para não os perturbar em demasia. Percebemos que também é importante respeitar e minimizar o stress das espécies observadas, quer seja através da distância mínima de segurança, quer do tempo dedicado à observação das mesmas.
Descomprimimos nos bancos almofadados enquanto o sol descia veloz no horizonte.
Antes de regressar à marina do Funchal, encontrámos ainda mais dois grupos de golfinhos em zonas diferentes da costa madeirense, um deles com algumas crias que acompanhavam de perto os progenitores.
O dia, mesmo sem caminhadas, foi bem recheado de sensações fantásticas.
Amanhã visitaríamos alguns miradouros (Eira do Serrado e Cabo Girão) e desvendávamos um dos segredos mais bem guardados da ilha da Madeira.

Pontos de Interesse:

Observação de cetáceos e paisagens da costa madeirense.

Dicas:

Na Marina do Funchal existem muitas empresas que prestam este serviço. Reservar com antecedência para garantir o lugar na embarcação.
O “nosso” catamarã tinha WC. Num espaço tão restrito existe a probabilidade de enjoar, mesmo com mar calmo. Se enjoar, deve precaver-se antes de entrar no barco. Mesmo com pouca ondulação um simples enjoo pode estragar toda a experiência.
Ter o telemóvel, a máquina fotográfica ou de filmar sempre a postos. De um momento para o outro pode perder aquela fotografia espectacular, mesmo à sua frente, que tanto ansiava. Provavelmente não terá uma segunda oportunidade.