Miradouro Francisco Alvares Nóbrega (Machico – Madeira)

A noite estava amena. Na última noite na ilha da Madeira apenas uma ligeira brisa soprava como que de um suspiro de saudade já se tratasse. Sim, amanhã regressaríamos a casa.
Depois do jantar e para gastar os últimos cartuxos, saímos do apartamento para um pequeno passeio em família.
Despedimo-nos destas paisagens idílicas sabendo, desde já, que o regresso é uma certeza.
A umas dezenas de metros adiante, parámos no Miradouro Francisco Alvares Nóbrega onde um silêncio profundo reinava. O nome deste miradouro foi atribuído em homenagem ao poeta, também conhecido por “Camões Pequeno”, que nasceu na cidade de Machico em 1773. Depois de perseguido pelo Tribunal da Inquisição, faleceu em 1806 em Lisboa, pouco tempo depois de sair da prisão.
A noite em Machico corria serena, um ou outro automóvel riscavam as ruas com os seus faróis amarelos e na baía as ondas diluíam-se suavemente na areia da praia.
Despedimo-nos destas paisagens idílicas sabendo, desde já, que o regresso é uma certeza. Muitas mais aventuras nos esperam na próxima visita. Até breve Madeira!
A’ Ilha da Madeira.
Do vasto Oceano flor, gentil Madeira,
Que de murta viçosa o cimo enlaças,
Sóbria a teu seio amamentando as Graças
Co’o vitreo succo da immortal Parreira.
D’aquelle, que em ti viu a luz primeira,
Se acaso é crivei que inda apreço faças,
Entre o prazer das brincadoras taças,
Recolhe a minha producção rasteira.
É donativo escasso, eu bem conheço;
Mas o desejo, que acompanha a offrenda,
Lhe avulta a estima, lhe engrandece o preço.
Deixa que a roda o meu Destino prenda;
Em cessando estes males, que padeço,
Talvez então mais altos dons te renda.
por Francisco Álvares de Nóbrega

Fontes:

ER 2399200-209 Machico

32.713004,-16.764839coordenadas geográficas
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