Foi já perto da hora de almoço que cheguei à Aldeia Histórica de Monsanto, no concelho de Idanha-a-Nova. Esta aldeia é famosa, entre outras coisas, pela peculiaridade de algumas das suas habitações que foram construídas numa simbiose quase perfeita com as formações graníticas do monte.
À entrada da povoação encontrei um baluarte, hoje um miradouro com paisagens incríveis e também um pequeno parque com alguns lugares para estacionamento automóvel.
Do outro lado da estrada, na esplanada do café, rés-do-chão de uma habitação em granito, comi uma refeição rápida. Na sombra da videira ansiava já com a descoberta de Monsanto.
Iniciei a caminhada já com o estômago composto e logo a poucas dezenas de metros encontrei a Igreja Matriz, também conhecida por Igreja de São Salvador. Continuei a subir em direcção ao Castelo.
As capelas, fontes e casas senhoriais com os seus brasões surgem destacadas no encruzilhado das ruas de pedra.
O relevo dita a construção e a uniformidade entre o que é natural e o que é obra do homem. Tudo aqui se funde em perfeita sintonia e equilíbrio.
Deixo agora o casario para trás. O relevo acentua-se e sigo num pequeno trilho entre blocos de granito que delimitam a caminhada. Atravesso os “Penedos Juntos” e continuo entre formações curiosas que espevitam a nossa imaginação. Faço pequenas paragens para respirar e apreciar a paisagem em redor. Em breve chego ao Castelo de Monsanto, classificado como Monumento Nacional.
Construída pelos Templários, esta fortificação está implementada num maciço rochoso a cerca de 750m acima do nível do mar. É espantoso verificar como o Castelo se funde com os enormes blocos de granito que neste ponto mais alto abundam.
Desço agora pelo lado oposto e regresso à povoação continuando o trilho para sul. Palmilhando as ruas estreitas, deixo novamente o casario para trás e percorro o caminho pouco definido na encosta posterior à Capela Românica de São Pedro de Vir à Corça. Esta secção do trilho apresentava graves problemas de sinalização e limpeza, pelo que a dada altura não consegui avançar mais e fui obrigado a recuar, já com a Capela muito perto.
A partir daqui decidi caminhar mais um pouco, percorrendo um trilho no sopé do monte que não cheguei a saber se faria ou não parte da rota assinalada. Sinalização não tinha, isso é certo. Parte dele em calçada, ladeado por muros de granito, levou-me para uma propriedade privada onde dois cães me incentivaram a regressar.
Termino a caminhada ziguezagueando pela aldeia, despedindo-me assim demoradamente da belíssima Aldeia de Monsanto.
FICHA TÉCNICA
Distância
5,30 kms
(circular)
ALTIMETRIA
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