PR2 LSA – Route of Lousã Shist Villages (Lousã)

O reencontro com amigos é sempre um momento especial. Foi o que aconteceu naquele domingo na Lousã. Para comemorar muitas coisas mas também a amizade, combinámos a realização do PR2 LSA – Rota das Aldeias do Xisto da Lousã e um almoço no restaurante “Ti Lena”, na peculiar Aldeia do Xisto do Talasnal.
Como ponto de partida, o Castelo da Lousã e, no morro fronteiro ao do Castelo, a Ermida de N. Senhora da Piedade assistiram aos primeiros passos deste trilho.
Sempre em trajectória ascendente, pelos passos que os antigos habitantes das aldeias desta Serra davam quando se deslocavam à vila da Lousã, ia perdendo por vezes o fôlego com o esforço e as elevadas temperaturas. Aproveitava cada sombra para restabelecer o batimento cardíaco para níveis aceitáveis.
Com o Castelo da Lousã cada vez mais longe, continuei a subir a Serra até encontrar o primeiro aglomerado habitacional. Cheguei ao Casal Novo.
Com pouco mais do que duas dezenas de casas em xisto, a aldeia respirava silêncio. Descansámos na tranquilidade de uma sombra antes de continuarmos para o Talasnal.
Na eira próxima, as paisagens para a Lousã eram magníficas.
Seguimos caminho e um pouco mais adiante surgem as primeiras vistas do Talasnal. Por muito que já se conheça a aldeia, por muitas vezes que já a tenha visitado, estes primeiros momentos são sempre mágicos.
As sombras eram agora mais abundantes e depois de atravessarmos um pequeno riacho que descia a Serra, apenas algumas dezenas de metros nos separavam da aldeia.
Percorremos as ruas do Talasnal com os olhos bem arregalados enquanto aguardávamos pelo almoço na “Ti Lena”.
Cabrito no forno e bacalhau com batata a murro foram as iguarias que desaparecem num ápice daquela deliciosa mesa rústica. A sala de refeições da “Ti Lena” é uma pérola. Temos a sensação de estar em casa dos avós, um conforto que nos é oferecido pelo carinho e simpatia de quem nos recebe, por aquelas paredes de pedra, pelo chão em tábuas de madeira e os barrotes no tecto.
A “Ti Lena” foi a última habitante do Talasnal ali nascida e o restaurante fez-lhe esta singela homenagem, tomando de empréstimo o seu nome.
A recuperação da aldeia continua a avançar e hoje, novos habitantes oriundos sobretudo dos núcleos urbanos, chegam para preencher mais uma casa outrora desabitada.
Chegou a hora do regresso e regressar e iniciámos o percurso de retorno. Não tomámos o trilho original que nos levaria à Central Hidroeléctrica da Ermida, seguindo por um caminho diferente do que está descrito no folheto do percurso.
Com um pouco mais de sete quilómetros percorridos, chegámos novamente à piscina fluvial da Lousã. Foi junto à cascata, com os pés a repousar na água gélida da Ribeira de S. João, que terminámos mais um reencontro entre amigos. Venha o próximo!…