Picos de Europa – Day 4 – Naranjo de Bulnes to Bulnes (Spain)
“Naranjo de Bulnes” ou em asturiano “Picu Urriellu” não é o pico mais alto da Cordilheira Cantábrica mas, com os seus 2519m, é um dos mais conhecidos. De toda a Europa recebe alpinistas para conquistar o seu emblemático cume. Na face oeste, a sua parede vertical de 550 m impõe respeito mesmo ao alpinista mais destemido.
A primeira referência escrita ao “Picu Urriellu” como “Naranjo de Bulnes” é feita pelo engenheiro e geólogo alemão Guillermo Schulz, que em 1855 editou o primeiro mapa topográfico e geológico das Astúrias. Mas, por Bulnes ouve-se a expressão: “No me llaméis Naranjo, pues fruto no puedo dar; llamadme Picu Urriellu, que es mi nombre natural”.
Supõe-se que esta denominação seja devido à cor alaranjada que assume quando o sol beija a pedra calcária de que é composto. Esta cor de fogo intenso que as paredes da rocha assumem, torna o nascer do sol no “Picu Urriellu” como um momento inesquecível para todos que o presenciam.
Foi no seu abrigo que hoje acordei. Antes de mim, outros mais cedo agitaram o silêncio nocturno da montanha. Preparavam-se para conquistar o cume do “Urriellu”.
Por vezes esta ascensão demora mais de 24 horas, tendo os alpinistas que pernoitar a meio da subida.
Por isso, ainda os primeiros raios de sol tardavam a romper e já alguns se encontravam a várias dezenas de metros de altura na imponente parede de rocha.
Após o pequeno-almoço, rumámos em direcção a Bulnes enquanto, nas nossas costas e cada vez mais longe no olhar, deixámos o “Urriellu”.
Na sua base descansa um vale de origem glaciar denominado “Vega Urriellu”. Foi por lá que, por entre manadas, bosques e vales verdejantes, devorámos quilómetros de contrastes, prados verdes que pintavam a tela de rugosas montanhas calcárias salpicadas aqui e ali por blocos de neve do último Inverno.
Ao longe, as chaminés de Bulnes acenavam-nos. Estávamos a chegar.
A tranquilidade de Bulnes, uma das aldeias mais isoladas dos Picos de Europa (sem acesso por automóvel) abriu-nos o apetite.
Em pouco tempo, e após um banho revigorante, encontrámos numa esplanada junto ao rio Bulnes o local ideal para degustar o tão famoso queijo Cabrales e o “Chorizo” asturiano. Acompanhados com umas “cañas” fresquinhas proporcionaram-nos um final de tarde delicioso. Mesmo.
one way
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