Percursos pedestres em Portugal. Caminhadas por concelho, distrito e regiões autónomas. Trilhos nas Serras e Parque Naturais de Portugal. Reportagens em vídeo, fotografias, altimetria e ficheiros GPS para download.
Hiking Trail “From Quinta de Samaiões to Sr. dos Aflitos Chapel” (Chaves)
O dia amanheceu frio e chuvoso na aldeia transmontana de Paradela da Veiga, agora pertencente à União das Freguesias da Madalena e Samaiões, no concelho de Chaves.
Não foi fácil encontrar coragem para deixar o aconchego do Hotel Rural Casa de Samaiões e expor-me a estas condições climatéricas.
Pela frente tinha os cerca de 8 kms que me levariam a percorrer os trilhos da Quinta de Samaiões, descobrindo também as pitorescas aldeias de Paradela da Veiga e Samaiões, terminando por fim na Capela do Sr. dos Aflitos.
É na Quinta de Samaiões, com cerca de 100 hectares, que se situa o magnífico solar recuperado pela Família Pereira Machado, num sublime e charmoso Hotel Rural. A simpatia e disponibilidade com que fui recebido tornaram esta descoberta do concelho de Chaves um verdadeiro prazer.
Por entre os pingos de chuva, meti-me ao caminho. Iniciei o percurso junto à Capela anexa ao Hotel Rural, dedicada a “Nossa Senhora da Conceição do Ginso”. Sobre a porta desta, podemos ler uma inscrição que testemunha a sua construção pelo Coronel Francisco de Barros Teixeira, Cavaleiro da Casa Real, no ano de 1848 e logo acima, o brasão da família.
Subo de encontro aos bungalows e contorno todo o perímetro murado da quinta, seguindo no trilho em direcção ao pequeno lago. Com este pela esquerda e as instalações do hotel à direita, prossigo a caminhada em trilhos de pé posto, ladeados por vegetação autóctone e que nesta altura floresce vigorosamente em brancos, amarelos e rosas.
À minha frente surge agora uma elevação com declive acentuado que enfrento a algum custo, pois a chuva era nesta altura mais intensa. Tento proteger a máquina fotográfica o melhor que posso, escondendo-a por debaixo do polar.
Na cota mais alta, a paisagem é deslumbrante. Ao longe e a meio da montanha, a aldeia de Izei embrenha-se na bruma da manhã. Em plena encosta da Serra do Brunheiro e junto à Estrada Regional 314, vai resistindo ao passar dos dias, infelizmente com cada vez menos habitantes. Desviando o olhar um pouco mais para a esquerda, encontro a Capela do Sr. dos Aflitos onde estarei daqui a pouco.
Chego, pela vertente sul, à Casa de Samaiões, e encaminho-me agora para o centro da aldeia de Paradela da Veiga.
Após o imponente portão da Quinta, sigo pela direita e caminho poucos metros na Rua Dr. Francisco de Barros Teixeira Homem, Estrada Nacional 547, até à esquerda encontrar uma rua em calçada que se vai estreitando até ao centro da aldeia de Paradela da Veiga. A humilde e bonita capela destaca-se no largo. Ziguezagueio pausadamente pelas ruas antigas, saboreando o silêncio de cada pedra.
Regresso à estrada nacional onde tomo um trilho em terra batida que delimita exteriormente a Quinta de Samaiões, descendo o vale até a um pequeno curso de água. Atravesso a ponte e inicio a subida para a povoação de Samaiões, com os campos de cultivo, pastos e vinhedos a dominarem a paisagem. A poucos metros do princípio do casario, encontro um cavalo que se alimenta tranquilamente das ervas viçosas, ocupando toda a extensão do caminho rural. A muito custo e com alguma desconfiança, cedeu-me a passagem, regressando depois ao seu repasto.
Em Samaiões as antigas casas rurais, em construções rudimentares de pedra sobre pedra, cedem lugar a outras mais modernas e com maior conforto. Nas ruas encontro poucos habitantes, pois as condições climatéricas pediam abrigo e não lugar a grandes aventuras ao ar livre. Não no dia de hoje.
Encaminho-me para a Rua Monsenhor Silvino da Nóbrega e no final desta subo as escadas de acesso à Capela do Sr. dos Aflitos. A chuva teimosa que me tem acompanhado dá agora algumas breves tréguas.
A capela ergue-se numa localização privilegiada, com vistas únicas para o vale. Mesmo com as condições atmosféricas adversas, que brindaram esta região durante a manhã, não deixei de me surpreender com este quadro verde. Enquanto o contemplava, imaginei a romaria que, todos os anos no mês de Maio, anima este templo e lhe dá vida. A D. Maria, com extrema simpatia e um brilho muito especial nos olhos, confessou-me que é uma festa fantástica. Talvez um dia volte para a testemunhar. Por essa altura, a Lara já terá nascido e correrá livremente pela festa e ruas de Samaiões.
Está na hora de regressar.
This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish.AcceptPrivacy Policy
Privacy & Cookies Policy
Privacy Overview
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.
Write a comment