Percursos pedestres em Portugal. Caminhadas por concelho, distrito e regiões autónomas. Trilhos nas Serras e Parque Naturais de Portugal. Reportagens em vídeo, fotografias, altimetria e ficheiros GPS para download.
A cerca de 9 quilómetros de Chaves, a noroeste da sede de concelho, resiste ainda a aldeia de Seara Velha.
Por sugestão do autor do blogue chaves.blogs.sapo.pt, Fernando Ribeiro, cujo trabalho desenvolvido em prol da divulgação de Chaves e suas aldeias, neste espaço online, é sem dúvida merecedor de reconhecimento, decidi visitar esta aldeia transmontana, encaixada entre os concelhos de Boticas, Montalegre e Chaves. Em boa hora o fiz.
Iniciei a pequena caminhada na Rua São Nicolau, a rua principal da aldeia a partir da qual cresce o casario e se ramificam as restantes vias e caminhos. Desde logo constato a importância da religião nestes povoados mais isolados e rurais, pelas edificações erguidas aos seus santos, aqui muito especificamente pelo Cruzeiro e Alminhas que me dão as boas vindas à entrada da aldeia. Por comparação com os meios urbanos, onde estas demonstrações estão muito mais dispersas e diluídas, a crença e devoção intensifica-se com o isolamento. O orago de Seara Velha é São Tiago (ou Santiago) e a aldeia está na rota de alguns dos caminhos de peregrinação a Santiago de Compostela.
Continuo em direcção ao centro da povoação. Muros de pedra solta delimitam pequenos terrenos de cultivo, alguns aparentemente abandonados, bem como as casas anexas.
Seara Velha não estaria nos primeiros lugares de um hipotético ranking de aldeias por grau de isolamento, mas mantém uma tipicidade deliciosa comum a todas elas…mantém a sua alma intacta.
Maioritariamente constituída por uma população envelhecida, como é comum nestas aldeias e pelas razões sobejamente conhecidas (falta de oportunidades, condições, acessos, etc…), aqui denota-se no entanto alguma dinâmica. Umas paredes restauradas, umas janelas novas, um varandim recentemente pintado para esconder o passar dos anos…por vezes, lado a lado com habitações que teimosamente resistem ao desaparecimento, à mais que certa ruína.
Num letreiro leio “Taberna S. Tiago” e o olhar termina numa porta fechada. As pedras da calçada contam histórias duras de vida. Vidas que vão passando como a água na fonte da Rua São Nicolau, mas as pedras ficam. Forram as ruas pequenas e estreitas, que deixam ainda fluir os sonhos e esperanças de quem lá habita. Esses, que são cada vez menos. Chego à Igreja Paroquial de Santiago, erguendo-se imponente entre o casario. Sobre a porta principal, duas imagens do orago abençoam os crentes.
Despeço-me da aldeia ao mesmo tempo que uma chuva miudinha começa a cair.
Nota: Por problemas técnicos o ficheiro gps não está completo.
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