Hiking from Train Station to Dinosaur Footprints (Figueira da Foz)
Este foi um percurso muito especial.
Especial por ser realizado na minha terra…especial por parte dele ter sido acompanhado pelo meu avô.
Num dos almoços em família abordou-se a ideia de uma caminhada até às pegadas de dinossauro existentes no Cabo Mondego. Ninguém sabia muito bem ao certo onde se localizavam pelo que, mesmo não as encontrando, pelo menos teríamos percorrido alguns quilómetros a pé, o que de certeza nos faria bem à saúde.
O dia escolhido não se revelou o melhor pois amanheceu debaixo de uma chuva intensa que nos colocou algumas dúvidas quanto à sua realização.
Ainda assim, cerca das 10h (1 hora depois do inicialmente previsto), quando a chuva o permitiu, estava na Estação de Caminhos de Ferro da Figueira da Foz pronto para a “empreitada”.
Em frente à Estação apanhei a ciclovia seguindo para Oeste, paralelamente ao Rio Mondego.
Rapidamente cheguei à Câmara Municipal, edifício frontal à Praça da Europa com o seu imponente relógio de sol. Aqui termina o sintético da ciclovia para dar lugar à típica calçada portuguesa. No pequeno miradouro, observei a foz do Mondego e a panorâmica sobre a cidade onde iria passar de seguida.
Pela marina repleta de barcos de recreio continuei em direcção ao mar, passando pelo Forte de Santa Catarina e pelo seu farol. Subi para entrar na Avenida 25 de Abril, a avenida marginal que percorre a praia ao longo de vários quilómetros.
Junto ao recentemente renovado Aparthotel Atlântico fui brindado por uma carga de água das antigas como há muito não se via. Abriguei-me debaixo da Esplanada Silva Guimarães onde aguardei a “bonança”.
Com muita intensidade mas de pouca duração, pouco tempo depois fiz-me de novo à estrada, seguindo em direcção a Buarcos onde faria a paragem para o almoço.
O almoço foi em casa dos avós onde sem dúvida o alimento para o corpo e alma é do mais revigorante que existe.
O meu avô já estava ansioso e pronto para começar. Depois do café tomado, seguimos rumo em direcção ao Cabo Mondego.
Passando pelas muralhas de Buarcos (parte delas recuperadas à pouco tempo), sempre junto à praia o cheiro a maresia era uma constante. O maravilhoso cheiro a maresia.
Depois da curva do cemitério de Buarcos voltámos a encontrar o piso sintético da ciclovia. Sempre na Avenida Infante D. Pedro, chegámos à bifurcação onde podemos subir para a Serra da Boa Viagem ou seguir pela estrada privada da esquerda que nos levará à entrada da fábrica da Cimpor.
Antes da portaria da fábrica parámos um pouco no miradouro para nos deslumbrarmos com a força do mar que naquela zona castiga violentamente os rochedos e falésias do Cabo Mondego nos dias mais agitados. Lá estivemos durante uns instantes.
Não pudemos continuar sem antes pedir autorização ao porteiro de serviço. A autorização foi amavelmente concedida, com as restrições (por motivos de segurança) de nos deslocarmos sempre pela esquerda e sem fotografar as instalações da fábrica. Assim o fizemos.
O meu avô trabalhou nas antigas minas do Cabo Mondego e este percurso foi também como um regresso ao seu passado, recordando os lugares onde esteve, o que ali existia e já não existe, enfim…foi como se de uma visita guiada se tratasse.
Em pouco tempo chegámos à “Pedra da Nau”, uma formação rochosa assim denominada pela sua forma original a umas dezenas de metros da costa.
Mais à frente chegámos ao nosso destino. Pelo menos assim o pensamos. A localização exacta das pegadas continuamos sem o saber. Pelas informações que conseguimos obter estávamos no local correcto, mas infelizmente não as conseguimos ver pois talvez não estejam acessíveis ao nível da estrada. Não o sabemos.
Para matar a curiosidade podem ver AQUI algumas imagens.
Este património tão importante do nosso Portugal geológico continua assim sem o devido destaque e sinalização. Porque não uma placa informativa, alguma divulgação pelas entidades competentes, talvez com visitas guiadas e acesso restrito para evitar possíveis actos de vandalismo…porque não fazer algo?
O turismo de natureza é cada vez mais uma opção para turistas de todo o mundo. A Figueira da Foz pode desempenhar um papel de extrema importância nesta área devido à diversidade de condições que apresenta. Apenas têm de ser valorizadas, divulgadas e mantidas.
Uma nota final apenas para referir que este percurso não está assinalado mas é muito fácil de seguir. A dificuldade reside talvez na sua extensão que com cerca de cerca de 9 kms para cada lado (18 kms no total) é aconselhável ser feito por pessoas com boa resistência física.
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Deixo aqui também para download um documento de autor desconhecido, fornecido pelo meu avô, escrito e desenhado à mão, com a nomenclatura dos pesqueiros de Buarcos à Murtinheira. Interessante sem dúvida. Download AQUI