Percursos pedestres em Portugal. Caminhadas por concelho, distrito e regiões autónomas. Trilhos nas Serras e Parque Naturais de Portugal. Reportagens em vídeo, fotografias, altimetria e ficheiros GPS para download.
Da barragem à aldeia submersa de Vilarinho das Furnas (Terras de Bouro)
Vilarinho das Furnas (ou Vilarinho da Furna) foi uma aldeia comunitária, situada no sopé da Serra Amarela, na freguesia do Campo do Gerês, concelho de Terras de Bouro. Em 1971, esta aldeia da margem direita do Rio Homem, viu subir as águas deste e o silêncio abraçou-a de vez.
Mas as suas memórias não se afogaram e vivem hoje nos antigos moradores e seus descendentes que a recordam com muita saudade. A sua voz está presente na Associação “A Furna”, fundada por estes em 1985.
Já há muito que tinha vontade em conhecer a aldeia que a albufeira de Vilarinho das Furnas engoliu. Estacionei junto à entrada sul da barragem e iniciei aqui a caminhada. Percorri o imponente paredão que sustenta as águas do Rio Homem. Do outro lado, um caminho em terra batida acompanha o rio para montante. Era por aqui que tinha de seguir. Algumas centenas de metros adiante, uma pequena queda de água fluía para a imensidão da albufeira. Atravesso a ponte e sinto-me mais próximo da aldeia.
Não sabia o que iria encontrar ao certo. Quando em períodos de seca ou quando a barragem é limpa, o nível das águas desce e aí podem ver-se perfeitamente as antigas casas, muros e caminhos. Hoje o nível não estava muito alto mas não sabia se seria o suficiente para encontrar as ruínas da aldeia. A incerteza era portanto uma constante até ao longe começar a vislumbrar o desenho de uns blocos de pedra que emergiam das águas. O trilho ficava agora mais estreito e mais próximo do rio.
Cheguei a um parque de merendas e percebi que tinha encontrado o local que procurava. Apesar de grande parte do casario se encontrar submerso, consegui distinguir perfeitamente muros e outra edificações pertencentes à povoação. Ouvi o silêncio nas suas pedras e tentei imaginar o quotidiano de quem ali viveu. Os dias em que o tempo podia parar e as noites em que as estrelas falavam mais alto.
Tudo agora se resume a um conjunto de ruínas submersas que o rio, pouco a pouco, tende a camuflar. Deixei-me ficar uns instantes, sentado numa pedra fria no que outrora seria um quintal ou uma pequena horta. O regresso à barragem foi feito pelo mesmo trilho.
Este site utiliza cookies para lhe proporcionar uma melhor experiência. Ao navegar no mesmo, está a consentir a sua utilização.AceitarRejeitarPolítica de Privacidade
Termos e Privacidade
Privacy Overview
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.
Deixar um comentário