Caminhada Nocturna por Abrunhosa-a-Velha (Mangualde)

Era já noite cerrada quando cheguei a Abrunhosa-a-Velha, concelho de Mangualde.
Pela primeira vez em muitos meses conseguia ver o luar e as estrelas brilhavam no céu, ao contrário da canção de Rui Veloso e Carlos Tê.
Perto do Rio Mondego e com vistas para a Serra da Estrela, escolhi esta localidade para ser o nosso lar neste fim de semana de descoberta em Mangualde.
Após check-in e uma interessante conversa com a gerente do Hotel, muito simpática e dinâmica que sugeriu de imediato algumas actividades na região, subimos aos quartos para um revigorante banho e alguns momentos de descanso.
Já cá fora sob o céu estrelado, numa noite sem a mínima brisa para dançar com as flores do jardim, aproveitámos para proceder a uma ligeira “limpeza” nas sobras do piquenique no Covão d’Ametade.
Para sobremesa reservámos uma caminhada pela aldeia. As ruas estreitas e empedradas, a escassa iluminação e a pouca gente que a esta hora da noite se encontrava na rua, tornaram esta caminhada muito peculiar.
No ar, os acordes sinfónicos do ensaio da Filarmónica “Associação Humanitária e Cultural de Abrunhosa-a-Velha” acompanhavam o ritmo dos nossos passos.
Chegámos ao Pelourinho, imóvel de interesse público, onde o som era agora mais forte. A sala de ensaios era já ali ao lado.
Subimos à Igreja Matriz, cujo orago é Santa Cecília, e descemos as “Escadinhas da Saúde”.
Em breve estávamos na estrada principal de acesso à aldeia e após cerca de uma centena de metros, entrámos novamente nas ruas estreitas da aldeia.
Passámos no chafariz centenário e seguimos em direcção ao forno comunitário, local cuja envolvente está a ser alvo de restauro.
A Escola Primária ostenta no seu nome o Professor Doutor Costa Sacadura cujo busto se encontra junto à mesma. A este filho da terra muito deve a população local, pois entre outras acções, foi devido a ele que se construiu na zona alta da aldeia uma Casa de Repouso para “fracos e convalescentes”, que era na altura considerada uma das melhores de Portugal. Esta Casa dá agora lugar ao Hotel Rural recentemente recuperado e que nos dá abrigo por estes dias.
No Cantinho dos Poetas inspirámo-nos para uma noite tranquila. Amanhã planeavamos percorrer o PR1 MGL – Trilhos de Ludares, com inicio em Quintela de Azurara.