Caminhada Nocturna nas Festas de São Bento da Porta Aberta (Terras de Bouro)
As festas de São Bento da Porta Aberta ocorrem todos os anos durante o mês de Agosto, mais propriamente entre os dias 10 e 15, onde por tradição é feita a grande romaria que anima a região. Esta localidade do concelho de Terras de Bouro, no Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), veste-se de gala para receber a enorme afluência de peregrinos que, de todos os lados, percorrem grandes distâncias, rasgando montanhas e vales, só para poder cumprir as suas promessas. Foram vários os que vi galgando o asfalto e a uma distância considerável do seu destino final, a Basílica do Santuário de S. Bento da Porta Aberta.
Estando eu alojado na Pousada de Juventude de Vilarinho das Furnas, a cerca de 10kms que eram feitos em pouco mais de 15 minutos nas estradas sinuosas da serra, não podia deixar de marcar presença nestas animadas festas.
Comecei o pequeno passeio junto à Basílica, ainda com o lusco-fusco a envolver o vale do Rio Caldo e a Albufeira da Caniçada. Segui para norte até ao final das tendas de produtos regionais, e mais tarde no sentido inverso para sul, regalando os sentidos com a oferta de sabores e aromas que me era apresentada naquelas bancas.
Sendo esta região do Gerês tão genuína, as festas não podiam fugir à regra e do nada, sons de um acordeão invadem a noite. À entrada do Parque de Lazer sobranceiro ao Santuário, surge um pequeno aglomerado de pessoas para ouvir o artista do acordeão. A festa estava animada e ao despique os cantares foram acompanhando as notas do instrumento.
Sendo esta região do Gerês tão genuína, as festas não podiam fugir à regra.
Percorro os caminhos do Parque, em calçada e terra batida, iluminados pelas luzes festivas. No lago, pequenos botes fazem a delícia dos mais novos que remam com os pais sob a ponte de pedra, enquanto fios de água caem do penedo mais alto.
No anfiteatro mais adiante, testa-se o som em dois palcos para receber as atracções da noite, duas Bandas Filarmónicas que iriam aquecer as hostes.
Na zona mais elevada do Parque vejo cá em baixo a Basílica, agora já iluminada em linhas de tom amarelo, que a desenham na noite escura. Dirijo-me para ela e termino a caminhada, não sem antes observar atentamente os painéis de azulejos que retratam episódios da vida de S. Bento, pintados pelas mãos de Querubim Lapa.
ida e volta
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