Partilhar

Caminhada no Complexo Mineiro Romano de Tresminas (Vila Pouca de Aguiar)

Existiram em tempos idos, no período romano, um conjunto de minas de ouro que abasteciam o império na época auge do mesmo. A exploração mineira de Tresminas foi considerada uma das maiores. Feita pelo sistema de cortas a céu aberto, ainda hoje podemos testemunhar os vestígios dessa exploração, através de crateras e desfiladeiros de grandes dimensões que marcam a paisagem.
Para escoamento e tratamento dos minérios, foi aberto um sistema de galerias que pode ser agora visitado com o imprescindível acompanhamento de um guia. Optei antes por percorrer os miradouros e os caminhos pedestres sobre as cortas de exploração.
Iniciei a caminhada no parque de estacionamento em terra batida, junto ao painel interpretativo com a indicação dos três percursos do Complexo Mineiro Romano de Tresminas. O Trilho dos Miradouros é o percurso mais curto com 1050m de extensão. Temos depois o Trilho da Corta da Ribeirinha com 1475m e por último o Trilho da Galeria do Pilar com 1700m de extensão. Estes dois últimos percursos exigem o acompanhamento de um guia se os quisermos conhecer na totalidade e em segurança.
No painel pode ler-se também um aviso importante, o parque de estacionamento é o último espaço com cobertura de rede de telemóvel pelo que devem sempre avisar alguém sobre o percurso que irão realizar e o tempo do mesmo.
Comecei pelo percurso mais pequeno, o Trilho dos Miradouros e dirigi-me em direcção ao Miradouro da Corta de Covas. O vento forte que se fazia sentir dificultava um pouco a progressão. Nos montes, as cores primaveris pincelam a paisagem, com urzes de flores rosas e amarelas a sobressaírem em tapetes vivos que dançam ao sabor do vento.
Cheguei ao primeiro miradouro. Lá em baixo, a Corta de Covas é um testemunho perfeito da actividade mineira a céu aberto, onde as encostas esculpidas com a configuração de desfiladeiro, tendo alargamentos irregulares, provam a grandiosidade destas explorações de ouro.
Desloco-me agora em direcção à Galeria do Pilar, caminhando no segundo trilho assinalado. Uma descida íngreme leva-me a um peculiar buraco na terra quase escondido pela vegetação autóctone. Talvez seja um poço de exploração subterrânea, mas não encontrei nenhuma informação no local. À sua volta, grades de protecção em ferro evitam possíveis distracções de caminhantes menos atentos. Continuei o ritmo descendente até perceber que o trilho estava pouco definido, com a vegetação a esconder o caminho que até agora era perfeitamente perceptível. Sem sinalização visível, foi na última curva antes do acesso à Galeria do Pilar que regressei, invertendo o sentido da caminhada.
A subida íngreme era agora feita a um ritmo muito lento, com o fôlego a faltar a espaços obrigando a uma ou outra paragem. Quase no local de início do percurso, um rebanho de cabras e o seu cão pastor focam a sua curiosidade neste caminhante. Aproveito para umas fotografias rápidas e sigo para o Miradouro da Corta da Ribeirinha. Novamente encontro uma paisagem grandiosa que me faz sentir muito pequenino. A Corta da Ribeirinha foi escavada na escarpa norte da cumeada, rasgando a terra e erguendo-se imponente ao olhar. Por curiosidade pude ler no painel interpretativo que o volume de rocha extraído daqui é superior ao volume da Pirâmide de Gizé, no Egipto. Impressionante.
Daqui, inicio a descida para a Galeria dos Alargamentos. Ziguezagueando pelo trilho em terra batida e pedra solta, onde a sombra dos pequenos pinheiros intercala com secções mais solarengas, chego rapidamente ao local assinalado. Uma pequena abertura na rocha espreita timidamente entre a vegetação. A entrada desta galeria está fechada com grades de ferro por razões de segurança. Dou comigo a pensar nas condições dos homens que exploravam aquele local. Seria concerteza uma luta diária pela vida e sobrevivência.
A tarde já ia longa e a chuva começava a cair. Optei por não continuar o Trilho da Corta da Ribeirinha até ao seu final, regressando ao parque de estacionamento para, em altitudes mais elevadas, terminar assim o percurso no Complexo Mineiro Romano de Tresminas.

Hotel Aguiar da Pena

FICHA TÉCNICA

Vídeo
Caminhada no Complexo Mineiro Romano de Tresminas (Vila Pouca de Aguiar)

Reportagem Fotográfica
Caminhada no Complexo Mineiro Romano de Tresminas (Vila Pouca de Aguiar)

Folheto/Mapa
Não
disponível

Onde Ficar
Hotéis, Residenciais, Pensões, Albergues, Pousadas, Hostals, Turimo Rural, Campismo...escolha o seu alojamento barato.

Distância
3,16 kms
(linear –
ida e volta)

ALTIMETRIA

Altimetria

DOWNLOAD GPS (GPX + KML)

Partilhar