Um amigo açoreano (que inesperadamente reencontrei, após 10 anos, na marginal de Ponta Delgada) contou-me que o concelho do Nordeste foi durante muito tempo apelidado como a décima ilha dos Açores. Tal facto se devia às poucas vias de comunicação existentes, fazendo com que fosse a região mais esquecida, isolada e marginalizada da ilha de São Miguel.
A nova estrada que veio facilitar muito mais a vida à população local, veio também atenuar esse desfavorecimento acumulado durante anos.
Como provável consequência dessa época, encontrei uma vila muito briosa de si. As ruas limpas e tranquilas, os jardins e miradouros bem cuidados, onde floresciam todas as cores duma paleta natural, as cores mais puras que a imaginação consegue recordar.
Iniciei a caminhada junto ao Centro de Saúde e Junta de Freguesia. Desci a rua até encontrar a típica Ponte dos Sete Arcos. Atravesso a ponte pausadamente e entro na Praça da República, onde a aprumada Igreja Matriz de São Jorge e o edifício dos Paços do Concelho, emoldurados a pedra negra vulcânica (basalto) merecem particular destaque.
Percorri as ruas do centro histórico ouvindo as casas humildes, caiadas de branco, contando histórias de outros tempos. No largo, o coreto é ainda um local de comemoração e convívio. As Festas da Vila reúnem aqui a população para celebrar a cultura e o património local.
Fora do centro, os novos tempos começam a reflectir-se nas edificações mais recentes. Moradias desafogadas vão crescendo aqui e ali como resultado da melhoria de vida da população.
Antes de seguir viagem para conhecer (quase) todos os miradouros na bonita estrada que liga Nordeste à Povoação, almocei pela vila uma reconfortante sopa de peixe que me encheu as medidas.
FICHA TÉCNICA
Distância
1,16 Kms
(circular)
ALTIMETRIA
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