O céu estava um pouco cinzento para me receber na Póvoa de Varzim. Aos primeiros passos começam a cair algumas gotas de chuva que ameaçavam ensombrar este leve passeio pedestre pela marginal da cidade poveira.
Iniciei a caminhada na Avenida Vasco da Gama, junto ao monumento “Às gentes da Póvoa”. Da autoria do escultor Rui Anahory, foi inaugurado em 1995 e representa todo o concelho, o interior rural e a faixa litoral com a sua actividade piscatória. É aliás o mar a alma do poveiro, sendo o seu principal sustento, bem como a sua respiração, a sua vida, o seu relaxamento, a sua preocupação (pelos que nele se aventuram), a sua animação e também o seu divertimento.
Com a Praça de Touros à direita, continuei em direcção ao extenso areal.
Parei num bar de praia para tomar um café, aproveitando para aquecer um pouco a alma, enquanto lá fora soprava um vento frio e desagradável.
O tempo melhorou e continuei a caminhada pela marginal (Avenida dos Banhos) em direcção a sul.
Rapidamente cheguei ao Passeio Alegre onde o Grande Hotel e o Casino da Póvoa assumem particular destaque.
No centro, o monumento ao “Cego do Maio”, inaugurado em 1909 e mandado erguer pelos poveiros emigrados no Brasil, é uma homenagem a José Rodrigues Maio, pescador falecido em 1884. Este heróico poveiro salvou inúmeras vidas em naufrágios e foi-lhe por isso concedido, entre outras condecorações, o colar da Ordem da Torre e Espada, pessoalmente entregue pelo Rei D. Luís.
Continuei agora junto ao Porto de Pesca. Nele, algumas embarcações repousam da faina quotidiana.
Do outro lado, vejo a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, edificada com o objectivo de defender a zona costeira dos ataques de pirataria, nos reinados de D. Pedro II e D. João V.
Seguindo pela ciclovia da Póvoa de Varzim, caminho até à Igreja Paroquial da Nossa Senhora da Lapa, datada de 1772. Esta igreja foi mandada construir pela classe piscatória para aqui venerarem a sua padroeira, Nossa Senhora da Assunção. Tem a particularidade de ter um farol no topo, virado para o mar, agora desactivado e que era o elo de ligação com os pescadores que no mar arriscavam a vida.
Inverti o sentido da marcha antes de entrar na cidade vizinha de Vila do Conde e regressei ao ponto de partida pelo mesmo caminho anteriormente percorrido. |
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