Percursos pedestres em Portugal. Caminhadas por concelho, distrito e regiões autónomas. Trilhos nas Serras e Parque Naturais de Portugal. Reportagens em vídeo, fotografias, altimetria e ficheiros GPS para download.
Caminhada na Lagoa do Canário e Miradouro da Grota do Inferno (Ponta Delgada – São Miguel – Açores)
O Miradouro da Grota do Inferno é dos lugares mais incríveis onde já estive. Na pesquisa que fiz sobre os Açores deparei-me muitas vezes com fotografias e descrições deste local, mas nada me tivesse preparado para o que vi e senti quando lá cheguei.
Estacionei no pequeno parque em terra batida junto à Mata do Canário. Iniciei aí a caminhada seguindo a direcção da Lagoa do Canário, sem saber ao certo o que iria descobrir no caminho.
A Lagoa do Canário estava já à minha esquerda, acessível por uns degraus escavados na floresta, suportados por pequenos troncos mais ou menos simétricos. Não desci logo e continuei em frente, pelo caminho principal. Este é delimitado, em ambos os lados, por pequenos morros cobertos por uma grande diversidade de flora. Aqui crescem fetos, musgo e flores de cores intensas que são a delícia de encantadoras borboletas.
Chego agora a um pequeno parque de merendas e logo ao lado, uns degraus bem definidos em terra e pequenos barrotes, que encaminham para um trilho mais estreito.
No cimo dos degraus a surpresa…estava no Miradouro da Grota do Inferno e a paisagem emocionava…
Senti uma estranha dor física perante tamanha beleza. À minha frente, a Caldeira das Sete Cidades, com as Lagoas Azul, Rasa e de Santiago. Ali ao lado, a imponente Grota do Inferno mantinha o respeito.
Tive dificuldades em escolher o foco da minha atenção. Tentava absorver todas as emoções que em turbilhão me assolavam, para as conseguir recordar por muitos anos. Estas, as máquinas fotográficas não entendem.
Perdi a noção do tempo enquanto descansava numa pedra. Não havia melhor sitio para estar naquele momento.
Regresso pelo mesmo trilho até encontrar novamente a Lagoa do Canário. Desço agora até às suas margens e no silêncio observo a densa floresta que a circunda. Pequenos peixes vagueiam, por entre tufos de plantas, à procura de alimento.
Acompanho parte da margem, seguindo por um trilho bem definido, e rapidamente encontro o ponto de partida.
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