O vento soprava forte chocando rudemente com o rochedo onde a Fortaleza de Sagres foi erguida. Perto da vila com o mesmo nome, esta fortificação mandada construir pelo Infante D. Henrique, assumiu durante séculos extrema importância no sistema de defesa marítimo geo-estratégico de Portugal. Hoje é visitada por turistas e pescadores que arriscam nas suas falésias a sorte, em troca de um delicioso pescado fresco para a próxima refeição.
Iniciei a pequena caminhada no parque de estacionamento de acesso à Fortaleza. Depois do arco do Torreão Central de entrada e já dentro dos muros, percorri o trilho bem definido que delimita a área desta formação natural que suporta a imponente fortificação.
Antigos canhões posicionam-se hoje, como há séculos atrás, esperando a invasão de gente menos honrada, piratas com intenções de tornar seus, bens de comerciantes de várias nações que nesta zona de cruzamento entre o Mediterrâneo e o Atlântico efectuavam as suas transacções comerciais.
A Fortaleza foi sofrendo um sem número de restauros e metamorfoses ao longo dos tempos, o último dos quais concluído em 1997. Diversas construções e monumentos transmitem-nos a alma de tempos idos e ensinam-nos, ao longo da caminhada, um pouco da história dos nossos descobrimentos. Um pouco das nossas raízes e de quem outrora fomos e hoje somos. Exemplos disso são a Igreja de N. Sra. da Graça e a Rosa dos Ventos, com cerca de 43 m de diâmetro, desenhada com pequenas pedras alinhadas no solo. Parei para observar com atenção cada um deles.
A caminhada estava a chegar ao fim e antes de deixar os limites da fortificação, olhei por uma última vez para as deslumbrantes paisagens que me circundavam. O Cabo de S. Vicente rasgava em partes iguais o azul do horizonte, o tom mais escuro do Atlântico sustentava as cores mais ténues do céu. O vento forte continuava a fustigar as falésias. |
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