Caminhada à Descoberta do Centro Histórico de Santarém (Santarém)
Já por várias vezes passei por Santarém, em deslocações ao sul de Portugal, mas efectivamente nunca surgiu a oportunidade para parar e conhecer calmamente a Capital do Ribatejo. Hoje foi o dia.
Esta caminhada começa junto ao bonito Mercado Municipal de Santarém, inaugurado em 1930. Saltam de imediato à vista os painéis de azulejos que revestem os vãos exteriores das portas dos espaços comerciais. Com o objectivo de, na época, promover turisticamente a região, estes painéis colocados posteriormente à inauguração do mercado, retratam o património cultural, paisagístico, monumental e etnográfico de Santarém.
Sigo para o Jardim da Liberdade onde encontro diversas obras de arte, entre as quais, o monumento do Prior do Crato, que nesta cidade foi aclamado rei em 1580. Viro à esquerda na Rua Dr. Teixeira Guedes e seguindo para a Rua Guilherme de Azevedo encontro num pequeno beco, o busto deste poeta e jornalista contemporâneo de Ramalho Ortigão e Eça de Queirós.
Caminho agora na calçada portuguesa da Rua Serpa Pinto onde as lojas e outros pequenos negócios ainda dão vida a esta artéria da cidade. Chego ao Largo de Marvila e encontro a Igreja de Nossa Senhora da Assunção de Marvila. Os prédios revestidos a azulejos de época assumem aqui toda a sua beleza, mesmo que alguns deles pareçam inabitados.
Na Rua de São Martinho é impossível não reparar na imponência da Igreja de S. João de Alporão, com a fachada em pedra gasta pelo tempo. Construída no séc. XII, tem actualmente lá instalado o Núcleo Museológico de Arte e Arqueologia do Museu Municipal de Santarém. Do outro lado da rua, a Torre das Cabaças ou Torre do Relógio sustenta o sino de bronze e oito peças cerâmicas em forma de cabaças que têm por objectivo provocar a ressonância do som do sino quando este toca. Foi construída em meados do Séc. XV, por cima da torre existente do recinto muralhado da vila medieval. A cerca de 50m desta, o edifício do Teatro Rosa Damasceno vai caindo ao poucos, cedendo ao tempo que passa…e quem por ele passa não pode deixar de sentir alguma tristeza pela decadência a que foi sujeito.
Entro agora na Avenida 5 de Outubro e caminho em direcção ao Jardim das Portas do Sol. Este é sem dúvida um local de visita obrigatória em Santarém. Daqui é-nos oferecida uma paisagem única sobre o Tejo que vale a pena contemplar pausadamente. As muralhas e duas portas (a do Sol e a de Santiago) são o que ainda resta do Castelo que ao longo dos séculos se ergueu sobranceiro ao Tejo.
É-nos oferecida uma paisagem única sobre o Tejo que vale a pena contemplar pausadamente.
Regresso à Avenida 5 de Outubro para mais adiante virar a esquerda e descobrir a Igreja de Santa Maria da Graça, no Largo Pedro Álvares Cabral. Com características da arquitectura gótica é um templo repleto de motivos de interesse.
Continuo a caminhada em direcção à Igreja de Santo Estevão (do Santo Milagre) na Rua Miguel Bombarda. Pelas artérias estreitas desta zona antiga da cidade, rapidamente chego ao Largo Cândido dos Reis e contorno-o pela Igreja de Nossa Senhora de Jesus do Sítio (Igreja do Hospital de Jesus Cristo de Santarém) para seguir na Avenida do Brasil. Viro à direita para o Mercado Municipal onde iniciei a caminhada e continuo em frente, passando pelo Coreto, depois pelo Mosteiro de São Francisco e até à impressionante Igreja de Santa Clara.
Regresso agora ao ponto onde iniciei a caminhada para a terminar, não antes sem passar pela Praça Sá da Bandeira e conhecer a Igreja de Nossa Senhora da Piedade e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Sé).
Esta caminhada por Santarém reveste-se assim de muitos motivos de interesse, quer pela observação do património edificado, paisagístico ou cultural. Razões de sobra para que não deixe de visitar a cidade numa próxima oportunidade.
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