Aldeia Típica do Fujaco (São Pedro do Sul)
Não sabíamos o que iríamos encontrar. No website do município de São Pedro do Sul descobrimos uma referência à Aldeia Típica do Fujaco como uma das atracções turísticas da região.
– Ok, se recomendam, aqui vamos nós! – pensámos.
Depois de uma descida íngreme de automóvel eis que nos deparámos com um pequeno aglomerado de casas aconchegadamente “encavalitadas” umas nas outras…como se tratasse de um rebanho de ovelhas assustadas que se protegem contra um eventual predador. Eis que chegámos à Aldeia do Fujaco.
Localizada numa encosta da Serra da Arada, existem dúvidas quanto à origem do seu nome, no entanto, reza uma lenda que há muitos e muitos anos atrás, travou-se por ali uma batalha. Um homem desertou da frente dessa batalha para se esconder debaixo de uma fraga. Para evitar adormecer e ser surpreendido pelos lobos, dedicou-se à renda, vejam só que prendado…
Algum tempo depois encontrou a sua cara metade por aquelas bandas ( já devia entretanto ter saído debaixo da fraga, digo eu… ) casou e constituiu família nesse local.
Segundo esta história, o nome de Fujaco vem assim de fujão, referindo-se a este homem que fugiu. A povoação nasce no “local para onde se esconde o fujão”.
Parámos o carro antes de chegar ao fundo do vale, num pequeno apêndice em terra batida que se desviava para fora da estrada alcatroada e iniciámos a caminhada.
Primeiro em alcatrão serpenteando até ao inicio do aglomerado de pequenas casas, que entre socalcos verdes e vegetação rasteira acompanham o poderoso monte em pano de fundo.
Iniciámos a subida da aldeia pelas ruas estreitas de pedra gasta pela erosão do tempo. Abrigados por paredes de Xisto e telhados em lousa foi já ofegantes que atingimos o topo onde o ar respirado rejuvenescia os pulmões.
Lá em baixo no vale, a água corria a grande velocidade alimentando os moinhos e o ribeiro do Fujaco.
Já na descida de regresso, um rebanho de cabras tilintava sonoro irrompendo pela encosta. Seguiam para o cimo do monte pastar. Enquanto os frágeis cabritos ficam em socalcos de erva tenra ou no curral, os animais mais maduros são encaminhados diariamente para pastos no cimo dos montes.
Original neste quotidiano é que a tarefa de pastor vai rodando entre todos os habitantes da aldeia, cabendo a vez a todos de levar o seu gado bem como o do seu vizinho do lado.
No final do dia, o gado recolhe aos currais, descendo sozinho dos pastos como que teleguiado, mais preciso que um qualquer equipamento de GPS…regressa a “casa” para mais uma noite de descanso com a barriga cheia…
Nós seguimos para o próximo destino, o Alto de São Macário.
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Nota: Para ouvir e sentir um pouco o pulso à Aldeia do Fujaco, visitem o interessante projecto Aldeias Sonoras.
Uma vez mais os meus parabens
simplesmente maravilhoso,uma reliquia ,mas é apenas a minha opinião
Há algum trilho que passe ou comece/termine no fujaco?
É um sítio que já visitei e ao qual quero voltar, mas chegar e partir de carro tira a parte mais apreciável do passeio.
O passeio do fundo do vale à povoação que distância tem?
Não sei ao certo a distância do fundo do vale à povoação mas é logo ali ao lado…;)
Nós chegámos lá de automóvel, deixámos no fundo do vale e percorremos o resto a pé. Não encontrámos nenhuma sinalização de trilho pedestre pelo que não me parece que exista algum trilho assinalado.
No entanto vale mesmo a pena percorrer aquelas ruas em xisto e ardósia. Mesmo.
Boa tarde,
Existem vários trilhos que vão dar a outras povoações sem que tenham de utilizar carro. Convém, como é óbvio, utilizar calçado adequado. Se a memória não me falha podem ir dar a terras como Candal, Loureiro, Coelheira, sempre por trilhos e subindo a serra. Não existem de facto, trilhos assinalados, mas basta perguntar aos locais que indicados os trilhos, têm sempre o trilho marcado 🙂