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Caminhada em Ponta Delgada (Ponta Delgada - Açores)

Os Açores eram um sonho já de longa data. Felizmente consegui reunir todas as condições que, por uma ou outra razão, foram faltando ano após ano e que adiaram a sua concretização.
Assim, com alguns meses de antecedência, comecei a preparar a viagem para São Miguel.
Tinha os objectivos muito bem definidos e a primeira coisa a fazer foi encontrar datas que me possibilitassem uma estadia o mais económica possível, especialmente no que ao alojamento e voos diga respeito. Estes são os dois factores que mais encarecem uma viagem e por isso dediquei algum tempo a estas pesquisas até estar convictamente satisfeito e seguro com os resultados.
Para além de ter encontrado voos a metade do preço habitual, consegui ainda uma promoção num alojamento, ainda que fora da zona urbana de Ponta Delgada – o que para mim não era essencial – a menos de 1/3 do valor praticado. Era sem dúvida um motivo para estar satisfeito.
Bilhetes comprados e reservas feitas, necessitava agora de um meio de transporte que me levasse a todos os recantos da ilha. Cedo percebi que a oferta de serviços “rent-a-car” era diversificada e optei pela empresa que mais rapidamente respondia aos meus contactos e que coincidiu também com a que melhores condições oferecia.
Sabia o que queria conhecer e por isso o planeamento das actividades diárias foi seguindo a bom ritmo, tendo o cuidado de deixar sempre margem de manobra para o inesperado, aquelas boas surpresas que não planeamos e que apimentam qualquer viagem.
Cedo percebi que não iria conseguir visitar a Ilha de Santa Maria, pois o navio que fazia a rota desde São Miguel ainda não tinha iniciado as viagens diárias. O único acesso seria de avião mas não coloquei essa hipótese por ficar fora do orçamento previsto.
Finalmente chegou o dia da partida. Para manter a essência “low cost” das férias, a deslocação até ao aeroporto de Lisboa foi feita em autocarro, primeiro até à gare de Sete Rios e depois no Aerobus até ao terminal do aeroporto. O problema de optar pelos voos mais baratos é que muitas vezes estes são a horas não compatíveis com os restantes meios de transportes e assim, sendo o meu voo às 6h:30 da manhã, esperei cerca de 9 horas, intercalando entre uma cadeira pouco confortável e pequenos passeios pelo aeroporto quase às moscas onde alguns “sem-abrigo” dormitavam.
A ansiedade era muita quando à hora marcada o avião descolou. Estava agora a duas horas de iniciar a concretização do sonho.

Encontrei Ponta Delgada sob um manto de nuvens cinzentas a ameaçar chuva. Comprovei aquilo que muitos me disseram sobre o clima açoreano: que num dia podemos encontrar as 4 estações do ano e devemos estar preparados para isso.
O primeiro dia estava destinado à zona mais urbana dos Açores, à cidade de Ponta Delgada.
Assim, já no pequeno veículo de quatro rodas que me iria acompanhar na descoberta da ilha, estacionei junto ao Forte de São Brás e iniciei a primeira de muitas caminhadas.
Cedo percebi que a cidade estava em festa. Junto ao Forte estava a ser preparada a feira das tasquinhas para as Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Mais à frente, no Campo de São Francisco, a iluminação decorativa era instalada na fachada do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres e a azáfama era muita na praça. Continuei pela marginal até às Portas da Cidade e Igreja de São Sebastião.
Estes monumentos emblemáticos mereceram uma prolongada paragem para fotografias.
Regressei à marginal para a percorrer até às Portas do Mar onde um enorme navio cruzeiro fazia escala. Contornei a Igreja de São Pedro e na Rua João de Melo Abreu inverti o sentido de marcha. Segui pela Rua da Misericórdia e na Rua Hintze Ribeiro iniciei a subida até ao Jardim José do Canto.
O estômago ainda estava a ser regido pelo fuso horário do continente e pouco passava das 11h:30 locais quando decidi parar para o satisfazer. No Parque Atlântico escolhi um prato de grelhados que me encheu as medidas.
Já composto, continuei a caminhada agora pelo Jardim António Borges iniciando a descida de regresso ao ponto de partida.
Novamente no Campo de São Francisco, descansei na companhia do coreto, da Igreja de São José e do Convento da Nossa Senhora da Esperança.
Antes de ir fazer o check-in no alojamento e conhecer o meu porto de abrigo durante os próximos dias, decidi visitar a Gruta do Carvão e as famosas estufas de ananás.

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