Caminhada na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo (Figueira de Castelo Rodrigo)
A Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo recebeu-nos num dia cinzento e muito chuvoso. Se no dia anterior explorámos a lindíssima vila de Almeida, hoje rumaríamos mais a norte ao encontro de mais uma Aldeia Histórica. De Almeida a Castelo Rodrigo são cerca de 20 minutos de viagem, numa estrada tranquila condizente com as paisagens ao redor, não fosse a descarga de água despejada do céu carregado e a tranquilidade era plena nesta região da Beira Alta.
O asfalto dá lugar a uma estrada em calçada que sobe até às portas da aldeia. Estacionámos fora da zona amuralhada e iniciámos a caminhada com os guarda-chuvas a postos.
Entrar em Castelo Rodrigo é entrar num outro tempo, uma era remota de outros viveres e culturas. Percorrer as suas ruas estreitas é descobrir um monumento vivo, pedaços da história de uma região inteira.
A região rica em produção de amêndoa não deixa os seus créditos e fama por mãos alheias e, logo à entrada, oferecem-nos amêndoas para provar. Amêndoas para todos os gostos, torradas com açucar ou ervas aromáticas, a escolha era variada. Não resistimos e comprámos algumas enquanto tomávamos um café quentinho a ouvir a chuva que lá fora molhava as pedras da calçada.
Entrar em Castelo Rodrigo é entrar num outro tempo, uma era remota de outros viveres e culturas. Percorrer as suas ruas estreitas é descobrir um monumento vivo, pedaços da história de uma região inteira.
Subimos a Rua do Relógio e explorámos as ruínas do Castelo, cujas muralhas estão classificadas como Monumento Nacional. Nas pequenas casas de pedra descobrimos janelas manuelinas e noutras, figuras cruciformes indiciando a presença de judeus nesta região.
A torre do relógio e o Palácio Cristóvão de Moura estão localizados no cimo do monte com uma vista privilegiada para toda a área envolvente. O Palácio foi mandado construir por Cristóvão de Moura, filho de um alcaide da vila e uma personagem de relevo na administração de Portugal durante o domínio filipino. Com a Restauração da Independência portuguesa, o palácio foi incendiado pela população e não mais restaurado. Este símbolo da opressão espanhola encontra-se hoje em ruínas, entregue à sua sorte.
Continuamos a caminhada e encontramos a Igreja Matriz, um dos edifícios mais antigos da povoação, datada do séc. XIII e dedicada a Nossa Senhora do Rocamador. Foi construída para apoiar os peregrinos a caminho de Santiago de Compostela. Nas imediações desta, o pelourinho quinhentista enobrece o largo onde foi erguido.
Descemos até à Rua da Cadeia e mais adiante encontramos a cisterna medieval, com 13m de profundidade, e que se acredita ter sido uma antiga sinagoga, parte destinada ao culto e outra a banhos litúrgicos, destruída aquando da expulsão dos judeus por D. Manuel I.
Todo este património histórico da aldeia, que durante mais de 600 anos foi sede de concelho, é sem dúvida um dos grandes motivos para uma visita atenta e prolongada a esta região. Mas a nossa estava a chegar ao fim. Entre os pingos da chuva teríamos de partir para a próxima, desta vez a Aldeia de Castelo Bom que, não sendo classificada como Aldeia Histórica de Portugal, não deixa de merecer também uma visita.
Pontos de Interesse: Aldeia Histórica, Muralhas, Palácio Cristóvão de Moura, Pelourinho Quinhentista, Igreja Matriz e a Cisterna Medieval.
0/5marcação
1/5dificuldade
3/5paisagem
804melevação mínima
831melevação máxima
62msubida acumulada
72mdescida acumulada
1,4kmcircular
–
0h:45m
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